A FALA E O FALO
No fundo tudo se resume na maneira de se combinar as ínfimas 26 letrinhas do alfabeto, comentou oportunamente o psicanalista, o que causou ótimos efeitos no meu alívio já disposto.
É que os discursos dependem da empáfia pra serem o que são e pra causar os efeitos que causam. Há que se considerar os deleites que nos proporcionam as palavras. Mas também a inutilidade que carregam potencialmente. E muito o poder de destruição.
Estão pessoas a trocar os supostos saberes enfeitando-os de grandeza, a levantar polêmicas, a criticar. Alguns compulsivamente, tanto, que perderam o humor e alguma simplicidade.
Sim, os ditos precisam ser ditos, especialmente se bem falados pra provocar boa escuta. O que sobra e muito, são alguns enfeites muito intelectuais, porque os genuinamente poéticos são bem vindos e melhoradores da vida.
Assim como as imagens que absorvemos com a alma através dos olhos. Ou das sutilezas que só o coração escuta através dos ouvidos. E o tato e as sensações. Penso que todos derivados do amor.
Se tivessem as pessoas humor e boa vontade. Se tivessem menos vaidades e discursos.
Se as palavras não fossem perniciosas e arrogantes.
Ando cansada de certas falas empinadas como falos devoradores.
(que os falos libertados das implicações morais e sociais são adoráveis fontes de prazer)