segunda-feira, 13 de outubro de 2008

“Estão agora sobre nós as gaivotas pairando e deixam pender um pouco a cabeça para melhor nos fitarem e decidirem quem somos.” (José Saramago)

 

INDIFERENÇAS IMPOSSÍVEIS

 

Porque andar sobre as montanhas e olhar pra todos os lados me dignifica mais que grande parte das funções que tenho que cumprir.

Tudo parece menor e menos útil que a vida que brota sem esforços nas infinitas cores que a natureza pinta, indiferente à presença de olhares. Não há silêncio e sim um universo preenchido de delicadezas e exageros que dispensam argumentos e justificativas.

São coisas assim que geram sentido, também algum poema do Neruda, o canto apaixonado do Diego Cigala, muitas outras que cada um é que sabe e também os preciosos dias que podem (e deveriam todos) servir ao exercício do amor.  

Se não é o amor o próprio sentido que alimenta essas percepções e que se conquista com o tempo e com a sabedoria que nos fazem distintos.