domingo, 16 de março de 2008


O JOGO

Quem se perdeu?

A mulher.

Perdeu-se ou perdeu?

Os dois, obviamente.

E tendo perdido, procura?

É um jogo, requer estratégias, mudar algumas peças de lugar. O problema é que o tabuleiro do jogo é como um labirinto, só que sem muros. E daí que a cada curva ou desvio, uma paisagem se oferece, lhe interrompe o percurso e lhe rouba uma demora que já não possui mais. A mulher quer lugar algum, não quer jogar, quer achar nada e nem a si.
Uma flor no campo é o suficiente, a montanha (outra vez, a montanha) é tanto que corrompe o ar que respira. Causam-lhe motivos.
Em seu pranto derrama todas as cartas, todas as regras, chuta o tabuleiro, corre e deixa o mundo pra trás, perdido.
De não procurar é achada, atropelada, abusada, desviada, seduzida e deixa pra que a vida não simplesmente se acabe. Cumpre, pois que é dever do coração que o amor inundou pra sempre.

A mulher
do mundo,
do jogo,
do labirinto.

Nenhum comentário: