MELHOR ASSIM
Saído de um carro bem grande, um homem de cabelos brancos e chapéu preto toca a campainha de uma casa bem mais que bastante, porque rico. De costas, não saberá nunca de mim e nem que eu, que não sei dele, o fiz cenário dos meus devaneios.
Corro e no solo por onde passo uma suposição de cores dançam a música que me salva de só estar triste. Bem melhor assim.
Escuto Bach enquanto a cidade, abaixo de mim, salpica-se de pequenas luzes porque anoitece.
Pra lá da cidade, longe. E depois de longe não se sabe, ninguém.
Pretendo-me também longe porque sozinha. E debocho da minha condição porque preenchida de apropriações.
(águas me servem de presságios, vento é anúncio, também o silêncio)
Saído de um carro bem grande, um homem de cabelos brancos e chapéu preto toca a campainha de uma casa bem mais que bastante, porque rico. De costas, não saberá nunca de mim e nem que eu, que não sei dele, o fiz cenário dos meus devaneios.
Corro e no solo por onde passo uma suposição de cores dançam a música que me salva de só estar triste. Bem melhor assim.
Escuto Bach enquanto a cidade, abaixo de mim, salpica-se de pequenas luzes porque anoitece.
Pra lá da cidade, longe. E depois de longe não se sabe, ninguém.
Pretendo-me também longe porque sozinha. E debocho da minha condição porque preenchida de apropriações.
(águas me servem de presságios, vento é anúncio, também o silêncio)
2 comentários:
Muito lindo o texto, Lelena. Falar de si sem egoismo, ferindo-se da condição humana é grande feito.
Tou de volta.
Paz e bom humor, sempre.
Estas ilustrações estão lindas de mais, Lelena! As cores, a sintonia com as "palavras". Muito belo o seu blog. Beijo.
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