domingo, 2 de março de 2008

E lá se foram, um por um, todos eles.
DO PERCURSO

Do limite tênue
que separa tudo de tudo
Da corda bamba
que nos convida pro precipício
Prefiro o trapézio em que oscilo
enquanto arrisco meus saltos vitais

Nos caminhos de pedras
imprimimos nossas sombras
Nos caminhos mais argilosos
revelam-se reentrâncias e relevos
No ar, os cheiros que por pouco
nem mais reconhecemos
(dos desejos, dos cansaços, das intuições)
Nesse mesmo ar
dissipam-se nossos sonhos e verdades
num rastro bem mais sutil e efêmero

E em tudo estamos
finitos
e infinitamente
sós

Um comentário:

papu disse...

Lena (posso chamar-te assim?)

Já tinha vindo aqui, sim, mas de corrida, mas mesmo com a pressa, gostei, fiquei mais tempo do que poderia, fiquei lendo e gostando (e as pinturas, também são tuas?)

Ainda não tinha voltado, e isso já tem a ver com o esquecimento. Mas não esqueci o que senti quando li.

Vou-te por na minha lista, assim, não há perigo de me esquecer de novo.

Um beijo

(também gosto muito de ler - e ouvir - o português do brasil)