NA TRANSPARÊNCIA
Desviou de uns dois fantasmas e entrou numa casa velha e abandonada. Percorreu uns dez corredores, atravessou algumas salas, parou diante de um espelho trincado. Nele, sua imagem estava nua. Olhou-se nos olhos. Uma mulher nua. De outros tempos a mulher, mulher que não há. Dentro do seu novo vestido estava ela e a do espelho e seguiria assim. Os olhos de outono eram só uma memória gravada na transparência. Voltaria àquela casa, muitas vezes talvez, agora sem medo.
Lá fora era noite alta. Levantou os braços e alcançou algumas estrelas que dissiparam entre seus dedos luz e quimera.
Estava muito mais pura.
E no meio da noite escura, muito mais primavera.
Lá fora era noite alta. Levantou os braços e alcançou algumas estrelas que dissiparam entre seus dedos luz e quimera.
Estava muito mais pura.
E no meio da noite escura, muito mais primavera.
3 comentários:
É!...
"Tem pessoa que encanta palavra.
Tem palavra que diz pessoa
Tem pessoa que diz palavra..."
Beijo, Pricila.
esses re-encontros exorcizam mesmo. São necessários. E acompanhados de poesia ficam mens dolorosos.
paz e bem
Lelena,
o rosto desta uma no espelho me lembrou demais o Hudson Rúbio, que namorou a Beth e foi meu colega na engenharia... Pode?
Rosie.
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