sábado, 27 de outubro de 2007


CANTIGA DO DESMITO

Ao cumprir o esperado
da espera do amado
teço minhas tramas
enfeito meu bordado

Mas não penses que o faço
na conformidade de uma sina
Do meu canto de espera
não ouvirás triste lamento
À dor da saudade
cantarei até obscenidades
e direi ao vento
que mantenho uma porta aberta
pra eventuais visitas

E se demorares demasiado,
meu amado
me enfeito com meu tecido
(dever cumprido)

E serve o teu jantar
que eu não vou voltar

2 comentários:

Walmir disse...

Essas mulheres cantoras poetas bailarinas não expremem mais dentro de si a criança selvagem nem se entortam sob o adulto rígido.
Assim mesmo.
Não são mais penélopes somente.

Walmir disse...

Pois citei este post no meu blog, Lelena.(dia 31/10/2007)
Depois chega lá e vê se ficou a gosto.
paz e bem