terça-feira, 29 de março de 2011


CANTIGA DO DESMITO

para as minhas amigas


Ao cumprir o esperado

da espera do amado,

teço minhas tramas,

enfeito meu bordado.

Mas não penses que o faço

na conformidade de uma sina.

Do meu canto de espera

não ouvirás triste lamento.

À dor da saudade,

cantarei até obscenidades

e direi ao vento

que mantenho uma porta aberta

pra eventuais visitas.

E se demorares demasiado,

meu amado,

me enfeito com meu tecido

(dever cumprido).

E serve o teu jantar

que eu não vou voltar.

3 comentários:

Cláudia Paulino disse...

Que lindo, Maria Helena !!!
Adooorei o poema e amei
a ilustração !!!
Adoooro suas cores !!!
Beijooocas da CAU
:)

Cri disse...

Bonito, bonito, bonito!

Regina Amaral disse...

"Caramba!! Mataste-me, Rodrigo Tortilla!" Quanta formosura!