segunda-feira, 29 de setembro de 2008


PRIMAVERA

 

Tomada a vida com mais apreço e doçura, dá-lhe exuberância, pois que assim é que é pra ser a primavera - na fartura, na sobra e não na falta.

Em tempos de surpreendências atmosféricas e rebeliões da Dona Natureza, ainda mais nesses hemisférios de cá, estação é luxo de quem sabe delas. No mais é chuva, frio ou calor.

De chuva, tem tempestade de todo tipo, ainda há pouco me pegou umazinha brava, mas de fácil solução. As das águas, não fossem as destruições e as precariedades dos abrigos, seriam puro espetáculo de beleza pra se admirar.

De frio, aprumo o esqueleto, providencio mais agasalho e faço bom uso da indiferença se o frio for metáfora. Se for de fato, aproveito pra aninhar mais gostoso.

De calor a gente se ajeita, ventila, refresca e aproveita, que é mais dele mesmo que o amor se alimenta.

O que aborrece é besteira, desperdício, ignorância, omissão e secura.

Que pra vida ficar ruim basta deixar que seja.

7 comentários:

Ernani disse...

Surpreendências atmosféricas...rs
Adorei!
Lelena você se torna um vício daqueles perenes e calmos que clamam novas doses e rebebem as dantes guardadas...
sorrisos gostosos de identificação e identidade me perpassam quando te perscruto...
Mulher enorme, quem diria...
Beijo linda!

cidadao disse...

Lelena,
Tomara nossa primavera seja assim tão bela, suave epoética quanto essa sua que você nos empresta.
Beijo,
Pricila.

Anônimo disse...

Lelena,

Não tenho surpresas com você... Chega a ser perigosa a convicção de que encontrarei sempre essa "crua" delicadeza permeando suas aquareladas palavras, pois, "O que aborrece é besteira, desperdício, ignorância..."

Bjos e um saudoso abraço.

grandibarrros disse...

Lelena,
Hoje com este calor pós primeiro turno das eleições, sua palavra escrita é um lenitivo
Úm abraço.
" A poesia é realidade, imaginação seu vestibílulo"
Eduardo

grandibarrros disse...

Prezada Lelena Lucas,
Tenho lido e relido suas cronicas, apreciado seus quadros, e suas recomendações musicais e coreográficas tudo com raros: talento e suavidade.Relendo agora um artigo do Mario Vargas Llosa lembrei-me de uma entrevista dele,aonde o Professor Fábio Lucas instigou o escritor peruano de forma magistral . A palvra escrita está no sangue não?

Walmir disse...

e a sua aquarela tah linda, Lelena dah vontade de deitar nela. Anti-securas que sao mesmo miseriazinhas aborrecidas.
saudades molhadas, ateh chuvosas.

Anônimo disse...

rs rs rs Adorei a indiferença como elixir contra o frio metafórico. Muito bom. Preciso ler isso, tudo isso, todos os dias, durante uns seis meses acho. Depois renovo o prazo, se precisar. Beijos, Lelena! Amei vir aqui, como sempre.