terça-feira, 20 de novembro de 2007

abismar pra cima, rumo ao céu
Cansada das minhas imperfeições e dos meus despreenchimentos, providenciei uma ou duas conformidades. De nada me serviram, pois que tenho natureza inquieta. Todo o tempo que tenho pra frente ficou subitamente comprimido no meu peito, paralisante e explosivo. Busquei um repertório de quietudes pra tomar uma gota a menos do meu ansiolítico. Em vão. Acordar pela manhã ficou sendo tarefa complicadíssima, é preciso treinamento pra tomar meu café sozinha e respirar ao mesmo tempo.
E tinha um poeminha que era assim:

CONSTATAÇÃO

Sou demorada para auroras
Só clareio lá pras tantas do dia
Meu sabiá não fugiu da gaiola
Meu bem-te-vi não te viu

É isso por hoje.

2 comentários:

Walmir disse...

Cada vez acho melhor seu diário poético, querida Lelena.
paz e bom humor sempre.

Anônimo disse...

Existe uma palavra que você usa de vez enquando que me chama muito a atenção: "preenchimentos". Com suas variações: "cheia de espaços preenchidos", "meus despreenchimentos".... Interessante esta palavra e a forma como você a utiliza. Isto me fez levantar uma questão: o que está despreenchido deve ser, obrigatoriamente, preenchido? Ou não? Ainda estou pensando nisso...Beijos.