
BORDADO
Um ponto mais e esqueço do trânsito e do motorista estúpido.
Mudo a cor do tecido enquanto nem me lembro dos prédios enormes que se erguem no meu percurso diário, agressivas construções a mudar a paisagem e o fluxo, antes de relativa tranqüilidade.
A linha será vermelha agora, que nem me lembro dos diálogos interrompidos, das palavras cruéis, dos silêncios omissos.
E no centro se faz uma flor e quase nem penso.
E no outro, um botão.
As mãos brincam neste bordado quando quase nem sei que o tempo não me pertence.